domingo, 17 de setembro de 2017

É possível se ter religião e não ter Deus no coração. A história denuncia esta verdade !

 


  Teologia Contemporânea 3º ano - Alunos de Sábado à tarde e à distância
Prof. Antonio Aparecido Martins,1º,2º,3º ano teológico.
                       
                                 Exercícios resolvidos Páginas 45, 46

            A PASSAGEM DO SÉCULO XIX PARA O XX FOI MARCADA POR VÁRIAS                                       TRANSFORMAÇÕES,  QUAIS SÃO ESTAS TRANSFORMAÇÕES ?

RESPOSTA:  A Igreja  e o nacionalismo moderno, este, com suas raízes na revolução francesa, neste caso, não é entendido como crescente sentimento nacional, mas como hegemonia do que é nacional sobre todos os aspectos da vida. Em 1792, na França revolucionária, ficou decidido que todas as municipalidades construiriam um altar da pátria, no qual seria inscrito:
" Os cidadãos nascerão, viverão e morrerão à pátria."  Assim foi surgindo uma religião
substituta dos séculos XIX e XX.( SCHMIDT, 1948, p503)
   Na Alemanha, sob a influência de Herder, o nacionalismo se desenvolveu de forma mais populista. A igreja foi a partir de 1555, organizada de acordo com o princípio territorial, e posta a serviço do estado. E quando havia as guerras, a luta era, portanto,ao lado de Deus pelo rei e   pela pátria.
    O povo alemão era então conhecido como sendo o povo de Deus. Nas guerras, ocorria uma fusão de ideias religiosas, nacionais e democráticas. Defendia se que havia perfeita harmonia entre germanidade e cristandade.
    O movimento de reavivamento ocorrido na metade do século XIX na Alemanha,teve sempre de novo, exortar para que a igreja não se perdesse em meio ao movimento nacional alemão.  A guerra franco - prussiana (1870- 1871) e a formação da nação alemã, fortaleceram no liberalismo o nacionalismo.
   Em meio à "luta cultural", os jesuítas foram expulsos da Alemanha por Bismarck. Alguns
queriam transformar Lutero numa espécie de santo nacional. Neste período, alguém como: Adolf Stöcker falava sobre o " santo casamento entre a Reforma e a germanidade". (SCHMIDT, 1984, p.504-507 )

  QUAL O COMPORTAMENTO DA IGREJA DURANTE A PRIMEIRA GRANDE GUERRA?

RESPOSTA:  A partir da primeira guerra mundial, formou inicialmente, altas ondas nacionalistas, com pretensões quanto ao reino de Deus, deveres militares e virtude cristã, num índice admirável. Havia nas pregações desta época de guerra, uma mistura de Belém e Potsdam ( sede do governo Alemão). ( SCHMIDT, 1984, p. 508 )
    O forte sentimento nacional roubou de círculos diretivos da igreja evangélica, a partir de 1928, uma visão clara do significado que um governo nacional-socialista teria à igreja, pois esta, havia perdido o dom de distinção de espíritos( discernimento). Em consequência, deixou um espaço aberto ao surgimento de uma anomalia como o governo nacional-socialista de Hitler.
(SCHMIDT,1984, p. 510)
 
                             OQUE DEFENDIA OS NACIONAL-SOCIALISTAS?

RESPOSTA:  Os nacional - socialistas defendiam que a história era a revelação de Deus e a tomada do poder por volta de 1933 por Hitler foi descrita como tendo o significado de uma revelação e que através de Führer, Deus falaria conosco.  Em 1932 o grupo de Cristãos alemães, lançou - se nas eleições eclesiásticas prussianas como união dos nacional-socialistas na igreja.
  Queriam espaço para a cosmovisão e depois o domínio completo desta igreja e esperavam também um despertamento popular missionário.  Não conseguiram. A primeira guerra mundial  introduziu um apostura crítica contra o otimismo com relação ao mundo e a crença no progresso. A Teologia Dialética conhecida também como  Neo-ortodoxia iniciou-se a partir desta critica à cultura.
   Em 1917 com a comemoração dos quatrocentos anos da reforma, havia impregnada nas mentes a visão da pecaminosidade de todos os seres humanos, bem como da salvação dos pecados. A mensagem reformatória e a perda da guerra em 1918, conduziu às profundidades  da teologia de Lutero, a teologia da cruz e o deus abscondido ( oculto ). A reforma fortaleceu  a visão de Deus como aquele que quer a totalidade da vida, também sobre a cultura que havia sido declarada setor autônomo. ( SCHMIDT, 1984, p. 512s )
   As frentes da luta pela igreja estavam demarcadas. A teologia confessional, a teologia do Reavivamento e a teologia Dialética foram agrupamentos catalisadores ( Oque provoca reação )   da oposição aos cristãos alemães .

                            Exercícios Resolvidos Páginas 47,48,49 Capítulo 4

COMO SE DEU O DESENVOLVIMENTO DA SITUAÇÃO NACIONAL - SOCIALISTA?

RESPOSTA:  Entre 1929 e 1930 houve o crescimento do NSDAP( partido nazista alemão)
em função da crise econômica, do desemprego e indenizações das nações contra as quais a Alemanha lutou na primeira grande guerra .
                          OBS:. Muitos estudantes de teologia tornaram - se nazistas.
                   Em 1932 houve o surgimento dos " Deutsche Christien" ( Teuto-Cristãos )(Germânico - Cristãos ) propriamente dito. Estes, por sua vez, nas eleições no norte da Alemanha são um terço dos votos.
      Em 1933 foi a tomada do poder por Adolf Hitler.  Através de referendo extinguiu
o cargo de presidente e acumulando os poderes de primeiro-ministro e de presidente alemão.        Os teutos - Cristãos festejam - no como enviado por Deus e interpretam o momento  como de mudança histórica. Hitler, declara o cristianismo como fundamento de seu governo e pede pela graça de Deus.  Os membros do partido lotam as igrejas. É convocada uma frente cristã contra o ateísmo, a fim de acobertar o ato de liquidar com os oponentes políticos. Hitler discursou o seguinte: " Nós estamos todos orgulhosos, que nós, através da ajuda graciosa  de Deus, tornamos novamente verdadeiros alemães."   Os Teuto-Cristãos tomaram conta da igreja  e conseguiram a imposição de um bispo-imperial:  Ludwig Müller. Buscaram uma síntese entre cristianismo e nazismo.  Estes queriam unir a cruz de Cristo com a cruz suástica.
  Hitler assinou um acordo com o papa Pio XII .  Karl Barth escreveu o livro" Theologische Existenz heute " [ Existência teológica hoje ], estabelecendo uma posição contrária  e defendeu a Teologia e a Confissão de fé, ao invés de política eclesiástica e criando assim, a " Pfarrernotbund"[ Associação de Emergência de Pastores ], encabeçada por Martin Niemöller.
    Nesta mesma data de 1933 Paul Tillich foi desligado de sua função de professor  de filosofia da religião devido a sua critica ao nacional - socialismo. ( MEYER, 1996, p. 67s.)
     Em 1939 foi o inicio das eutanásias de pessoas consideradas de valor indigno  para continuar vivendo.  Entre 1940 e 1941 foram mortas 70.273 pessoas nestas ações de desinfecção. Em 1941  Judeus, ciganos, comunistas e homossexuais foram mortos.

                                QUAIS FORAM AS BASES TEOLÓGICAS DE BARMEN ?

RESPOSTA:  João 14:6 ; João 10:1-9 ; 1ª Corintios 1:30 ; Efésios 4:15-16 ;  Mateus 20:25-26 ;
1ª Pedro 2:17 ; Mateus 28:20 ; 2ª Timóteo 2:9 ;  O Sínodo de Barmen  de 1934 elaborou uma declaração teológica que se tornou a base de fé deste movimento. A igreja evangélica da Alemanha se dividiu. A igreja confessante queria obedecer somente a Cristo e não aceitava nenhuma outra revelação além da Palavra de Deus.
Ninguém tinha o direito de substituí - la por convicções ideológicas políticas.
  Neste mesmo período foi estabelecido o parágrafo 'ariano' ( apenas podia ser funcionário público , eclesiástico, aquele que provasse ser de origem alemã até a terceira geração) até os funcionários da igreja e não apenas os funcionários do estado.
 Também em 1934 no Sínodo de Barmen criando a "igreja confessante". Declaração Teológica de Barmen.  Esta, defendia que os teuto-cristãos não tinham mais direito de se declararem  " Igreja de Jesus Cristo " e de agirem em nome da igreja de Cristo. Haviam abandonado os fundamentos da igreja, o Evangelho, testemunhado nas Sagradas Escrituras e reafirmado  nas  confissões da reforma.  A Declaração Teológica formulou as verdades evangélicas que precisavam ser reafirmadas naquele momento decisivo da história e defendidas diante do regime ditatorial  imposto na igreja. Karl Barth foi o autor principal da declaração. Partindo assim da declaração que Jesus Cristo é a única fonte e norma do agir e do falar da igreja.
                       Martin Niemöller foi posto na prisão:  Na mira dos nazistas
Em meados de 1937, ele pregava: “E quem, como eu, que não viu nada a seu lado no ofício religioso vespertino de anteontem, a não ser três jovens policiais da Gestapo – três jovens que certamente foram batizados um dia em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e que certamente juraram fidelidade ao seu Salvador na cerimônia de crisma, e agora são enviados para armar ciladas à comunidade de Jesus Cristo –, não esquece facilmente o ultraje à Igreja e deseja clamar ‘Senhor, tende piedade’ de forma bem profunda”.
Em julho de 1937, Niemöller foi preso novamente. Após cerca de sete meses, no dia 7 de fevereiro de 1938, começou então o seu processo diante do Segundo Tribunal Especial, em Berlim-Moabit. A acusação argumentava que o pastor teria criticado as medidas do governo nas suas pregações “de maneira ameaçadora à paz pública”, teria feito “declarações hostis e provocadoras” sobre alguns ministros do Reich e, com isto, transgredido o “parágrafo do Chanceler” e a “Lei da perfídia”. A sentença: sete meses de prisão e 2 mil marcos de multa.
Os juízes consideraram a pena cumprida, em função do longo tempo de prisão preventiva. Niemöller deveria assim ter deixado a sala do tribunal como homem livre. Para Hitler, no entanto, a sentença pareceu muito suave. Ele enviou o pastor para um campo de concentração, como seu “prisioneiro pessoal”. Até o fim da guerra, durante mais de sete anos, Martin Niemöller permaneceu preso, primeiro no campo de concentração de Sachsenhausen, depois em Dachau.
Fonte: DW World
         RESUMO:  Oque dá ter religião sem a supervisão do Espírito Santo de Deus.
                                     

         

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